terça-feira, junho 08, 2010

O Brasileiro á bordo.

Para nós brasileiros, tudo é muito difícil trabalhando a bordo dos navios, infelizmente ainda somos vítimas de preconceito por parte de outros países. Algumas pessoas nos evitam, e ás vezes somos desrespeitados e vítimas de maus tratos.

Brasileiro á bordo é considerado vagabundo ( não gosta de trabalhar), festeiro, irresponsável, bagunceiro, indisciplinado em todos os sentidos. Desde o primeiro dia podemos sentir toda essa descriminação. Esqueci de mencionar que as mulheres brasileiras são consideradas fáceis e ´´vagabundas``. Por isso acho muito importante alertá-los que vai depender de cada um mudar esses pensamentos. Evitar chegar atrasado, sei que pode ser difícil, mas evitar festas nos primeiros 3 meses, assim poderá ganhar confiança dos supervisores e evitar possíveis warnings, esses primeiros meses são os de maior indíce de warnings, devido á falta de informação dos tripulantes de primeira viagem com relação ao uso de name tag, presença nos treinamentos de boat drill e security na primeira semana, pontualidade, perda de chave da cabine e até mesmo o fechamento da cabine com a chave dentro, trajes para frequentar crew e staff mess, entre outros.

Para as mulheres é muito importante se dar ao respeito, sei que as vezes não fazemos por mal, eu mesma me acho muito expressiva, e a bordo minha simpatia excessiva era muitas vezes confundida com algum tipo de liberdade. Depende de nós brasileiros mudarmos a imagem que os outros países tem em relaçao ao nosso comportamento.


Para que possam trabalhar na costa brasileira as empresas de cruzeiros estrangeiras precisam contratar tripulantes brasileiros. A porcentagem ainda é um mistério: alguns dizem 30%, outros 20% e outros dizem que em alguns anos vai chegar aos 50%. Por causa disso tem uma multidão de brasileiros trabalhando nos navios, mas a temporada é bem curta. Uns 3 ou 4 meses por ano.

E mesmo sendo curta é muito lucrativa, já que a grande margem de lucro do navio não está no preço das passagens e sim nas outras coisas que são consumidas durante um cruzeiro. E o público brasileiro consome muito de tudo.

O preconceito contra brasileiros não vem só dos italianos e chefes, entre os tripulantes também se fala que brasileiro só pensa em festa e não quer trabalhar. Mas na verdade é que os brasileiros trabalham muito, mas reconhecem o direito ao descanso e às horas extras (coisa que os asiáticos morrem de medo de reclamar por temerem perder o emprego). Os brasileiros não têm medo de perder o emprego, por isso reclamam e confrontam seus chefes questionando ordens contraditórias. Por esses questionamentos recebemos a fama de sermos preguiçosos.

Sempre procurei fazer o meu trabalho da melhor maneira possível, evitando reclamações, ás vezes estava gritando por dentro, mas dizia OK e seguia em frente. Cheguei a receber elogios de um supervisor filipino que chegou a questionar a minha nacionalidade, pois agia diferente dos meus paisanos ( mesma nacionalidade), dessa maneira a sua vida a bordo poderá ser mais fácil e pacífica.

Cheguei a trabalhar na temporada brasileira e acabei me corrempendo, impossível ver certas coisas acontecendo e ficar quieto, mas aprendi que o silêncio e o OK valem muito á bordo.

Espero que essas dicas sejam úteis, pois se eu tivesse dicas como essas quando embarquei, talvez tivesse tido mais oportunidades a bordo!!

Vamos dar motivos para que nos orgulhemos de dizer: Sim! Sou Brasileiro!


2 comentários:

  1. Boa Dica... realmente muitos falam mal dos brasileiros q eu sei.... e no curso q faço os professores deixam bem claro... entrou lá... é sim senhor e OK.... msm q vc tenha q repetir 50x a msm coisa....

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